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A lenda que deu origem à história de São Thomé das Letras aconteceu em uma gruta.

João Antão, escravo da Fazenda Campo Alegre, tinha um romance secreto com a irmã de seu senhor, o capitão João Francisco Junqueira. Os dois amantes foram descobertos e o escravo foi submetido a torturas. Cansado dos maus tratos, João Antão refugiou-se em uma gruta no alto da serra, onde passou a viver da pesca, frutos e raízes da região.

Um dia, um senhor de vestes brancas apareceu para o escravo e entregou-lhe um bilhete. O estranho senhor disse a ele que, se a carta fosse entregue ao capitão, este o perdoaria. Ao ler o bilhete, Junqueira ordenou ao escravo que o levasse até a gruta, onde encontraram uma imagem de São Tomé entalhada em madeira. João Francisco, homem profundamente religioso recolheu a imagem e a levou para casa.

Entretanto, a imagem tinha um mistério: ela sumia e reaparecia na gruta, por diversas vezes. O capitão mandou erguer uma capela no local onde em 1785 foi construída a Igreja Matriz, dando origem ao povoado. Dizem que o filho do capitão, Gabriel Francisco Junqueira, o Barão de Alfenas, foi sepultado debaixo do altar da igreja.

A origem do nome da cidade deve-se à aparição do santo e às inscrições rupestres encontradas na entrada da gruta. Não se sabe se foram feitas pelos índios Cataguases, antigos moradores da região, ou se são palavras deixadas pelo santo.

As construções que caracterizam a cidade são feitas com as próprias pedras extraídas do local. Estas são cuidadosamente cortadas e empilhadas uma a uma, sem qualquer tipo de argamassa. No entanto, as “pedras são thomé” oferecem segurança e firmeza, como as construções do século XVIII.

A base da economia de São Thomé das Letras é 60% oriunda da extração de pedras de quartizito, usadas no revestimento de casas, passeios e piscinas. As pedras hoje exportadas para vários países da Europa, dando à cidade o apelido de “cidade de pedra”.

As lendas e histórias que fazem parte da cidade envolvem São Thomé num clima esotérico, tornando-a conhecida como a cidade mística do Brasil. Em contraponto, a vida dos seus moradores é bem simples, típica do interior de Minas.

Devido ao fascínio que a cidade exerce nas pessoas que a visitam, São Thomé das Letras vem, ao longo dos anos, desenvolvendo o turismo. Em 1996 recebeu o selo de potencial turístico, concedido pela Embratur, passando a integrar oficialmente o rol das principais cidades turísticas do Sul de Minas, pertencendo também ao maior projeto turístico já realizado em Minas Gerais, a Estrada Real.

Hoje a cidade conta com infra-estrutura capaz de receber bem os turistas. Restaurantes, pousadas, estrada asfaltada, estação rodoviária, além de um centro de eventos capaz de abrigar quase 18 mil pessoas e um amplo salão para festas e convenções.

A cidade destaca-se pelas belezas naturais de suas pedras e cachoeiras. Casarões antigos, mistérios, aparições, trilhas e montanhas: São Thomé oferece boas opções para você apreciar.

Adjetivo pátrio: letrense

Texto: Departamento de Turismo de São Thomé das Letras

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